quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Assumir-se

Desde que me entendo por gente e frequento locais passíveis de relacionamento interpessoal, como escolas e hospitais, que sou alvo de comentários.


Não que isso me incomode muito, pois se fosse o caso, já teria tratado de mudar ou ofuscar a personalidade.
Estou acostumada a ser alvo de fofocas. Ser eu mesma me custa caro, mas é o preço que pago para ficar no conforto de me assumir.


Meu estilo é próprio. Eu mesmo faço a minha moda. Não sou refém do que está in ou out.

Adoro brechós, promoções e customizar algumas peças.

Gosto muito de combinações. E o meu termômetro é o reflexo do espelho. Composição fora do comum, sem uma denominação constante, é comigo mesma.

Confesso que não sou uma enfermeira chamada "padrão", no sentido de me vestir.
Esse negócio de ficar toda de branco, sapatinho fechado, coque, brinquinho pequeno e esmalte/batom clarinhos...francamente...fora de cogitação (também, como profissional, não me troco com nem uma outra que se componha de modo padrão, pois isso não é sinônimo de eficiência, eficácia e efetividade). O jaleco esconde tudo, estando em clínica, temos que evitar os grandes acessórios e usar sapatos fechados, mesmo.


Mas, por outro lado, se eu trabalhasse num local que tivesse vestiário próprio, o hospital fornecesse a roupa, cuidasse da mesma e TODOS os profissionais usassem a vestimenta padrão, aí sim.


Mas, ter estilo próprio exige uma certa dose de bom senso, principalmente no sentido da exposição corporal.

Não adianta estar toda "na grife do momento", se a garota estiver se expondo demais, deixando algumas partes do corpo mais do que sexi: ora com transparências, ora com aderências ou até mesmo com escasses de tecido (saia curta, "cofrinho" de fora ou busto à mostra).


Costumo dizer para as minhas colegas que não precisamos "gastar horrores" para nos vestirmos bem.


O que precisamos é nos empenhar para isso e fazer algumas combinações. Enfim, querer melhorar e tornar-se marcante.
No entanto...nem todos nasceram com jeito para isso. Não adianta colocar salto alto em quem não sabe usar, ou uma bijou extravagante, se a pessoa estiver se sentindo ridícula.


Outro dia, uma colega de trabalho disse para outra, em tom de brincadeira: "- A Josi é o tipo da pessoa que acorda de madrugada para se arrumar pro trabalho". Menos verdade. Se você tem as suas coisas arrumadas nos seus devidos lugares, fica fácil se compor. Pega uma coisa daqui, outra dali...mas se você é desorganizada, não investe na compra de roupas, sapatos e acessórios...jamais terá glamour. Também, nada a ver ficar "detonando" quem gosta de se arrumar.

Agora, a questão do chamado "combinex", esse é maravilhoso. Dia desses estavam comentando que a moda era descombinar. Essa não me pegou nem de longe. O máximo que me permito é o tom sobre tom. Azul marinho com azul celeste, laranja com salmon...e assim vai.


Com o passar do tempo, de tanto me chamarem , que adotei esse codinome de Josifashion.

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Quando vi o que aconteceu com aquela universitária a Deyse, senti na pele o que ela sofreu. Minha opinião é que andar muito arrumada para o local de estudo, que incomodou bastante as pessoas. Não vejo pelo lado da imoralidade.

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Não sou melhor do que ninguém, simplesmente tenho a minha maneira de me compor e ser, combinado com um toque que humor e irreverência.
Uma coisa que jamais deixaria acontecer, era aquela "patrulha da moda" se intrometer na minha vida para dar palpite. Vir discutir sobre a minha personalidade e me expor em rede nacional, nada feito. Cada um se veste da maneira que pode e que quer. Quem disse que a verdade deles é absoluta?


Pois sim, e foi por conta de alguns incomodados, que, não suportando as más linguas, mandei confeccionar umas camisas para usar no local de trabalho, com os seguintes dizeres:

"Vou cuidar da minha saúde, porque da minha vida já tem quem quem cuide";

"A calúnia e a injúria são as armas prediletas dos ignorantes" George Sand;

" Na boca de quem não presta, quem é bom não vale nada" (Valeska (DF);
e outras, nesta linha de pensamento.
As blusas sempre combinando com tudo. E além do mais, ainda coloco cintos largos e com a chave do carro pendurada, com um bruto chaveiro de dente de sabre. Para incomodar mais ainda.

Teve gente que leu e ficou com cara de paisagem; houve quem dissesse: "-Tá certo!". Peguei até um "-Menina, tu és doida?"

Já até me apelidaram de out door ambulante, mas tudo bem, não me incomoda. Só não gosto de ser caluniada e diminuída no desempenho das minhas atividades.

Agora, esse negócio de me chamar de perua, de dizer que quero aparecer, que eu penso que sou mais do que os outros, são coisas tão pequenas...A vida me ensinou "a arte de saber o que ignorar". Quer saber mais do que eu, estuda, uai! Os livros e a internet estão aí!

Já chegaram alguns comentários em chefia sobre a altura dos meus sapatos, a minha circulação dentro do hospital, bem como horário de entradas e saídas. Já chegaram ao cúmulo de delatarem para minha chefe que saio "toda de roupa de academia". E daí? Não pode? Isso é perseguição da pura.

Funcionária nota 10 não sou e nem nunca serei, pois não pretendo ganhar nem um troféu e tão pouco ter minha foto estampada na parede. Não preciso disso.

E porque a atenção é tão voltada para mim? Ser popular incomoda, não dar confiança para certas pessoas, também. Trabalhar bem incomoda, ser diferente, mais ainda. Mas nesse barco não estou sozinha. Tenho algumas colegas de trabalho que também incomodam muita gente e chegam a ser perseguidas: geralmente, o "ser estudioso", o "estar sempre na linha", em geral, são os fatores que mais chateiam os ofuscado.


Pautada na Constituição Federal, estou bem armada, aguardando a oportunidade de processar alguém. Veja:

"Capítulo V
X. São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”
Te méte...

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