sábado, 7 de novembro de 2009

História de um idoso

Um idoso de 66 anos, que já teve um enfarte e três AVC's, com sequelas mínimas, e que é bem assistido pelos filhos, disse várias vezes a um deles:
- "Pôxa, eu queria que Deus me levasse logo!"
- "Eu não quero mais morar aqui, quero que me coloque num azilo!"
E haja a reclamar que um lado do corpo está dormente, que está com a vista ruim, que não está falando direito. E não aceita fazer fisioterapia, fonoaudiologia e nem exercício físico! Consegue andar, assistir televisão e se comunicar verbalmente, apesar de certa disartria.
Só os filhos que sabem o quanto é difícil lidar com ele!
O mesmo ér levado todos os dias, de manhã e à tarde para o escritório onde trabalhava. É bem alimentado, toma todos os remédios nos horários, tem conforto...
Os filhos só não fazem mais por ele porque todos trabalham, e muito! E do jeitinho que ele é, em sã consciência, jamais aceitaria ser cuidado por uma outra pessoa que não os filhos!
Todos entendem o avançar da idade, e principalmente as alterações mentais decorrentes dos AVC's.
Mas ele sempre foi "turrão". Ríspido até mesmo com os filhos.
Pois é.
Hoje um destes filhos lhe disse:- "Só quem sabe quando o senhor deve partir é Deus. Agradeça à Ele por não estar acamado, pois por tudo o que o senhor já teve, está "muito bem na foto". Enquanto alguns filhos querem se livrar dos pais, o senhor é quem está querendo ficar longe da gente...". E isso tudo é falado de vez enquando para ele: do quanto é sortudo e do quanto é bem cuidado.
Esse senhor da história é meu pai, e hoje de manhã cedo me acordou para conversarmos.

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Beijos cintilantes