quinta-feira, 2 de abril de 2009

Pensando bem...


Só vivendo mesmo para aprender...
Há uns dez anos, quando eu fazia residência em enfermagem, deparei-me com uma situação que me foi muito proveitosa. Gosto muito de dividir esse "mico" com outros profissionais.
No auge da Sistematização da Assistência de Enfermagem, cá estava eu, admitindo um cliente e louca para diagnosticá-lo.
Há alguns anos ele teve osteossarcoma (tumor maligno que acomete osso), o que lhe causou a amputação da sua perna esquerda atá a altura do joelho. No coto de amputação surgiu-lhe uma pequena nodulação bem endurecida e indolor. Ele internou apenas para biopsiar o local para averiguar se não se tratava de uma metástase.
Pois bem, mas olhando-o de cara, com a minha santa ingenuidade de recém-formada, vi nas suas muletas um problema! Óóóhh... E lasquei-lhe o seguinte diagnóstico de enfermagem: "Mobilidade Física prejudicada relacionada à deficiência e ao uso de muletas...". Crente que eu estava abafando. Pois é, nada a ver. Na verdade ele se locomovia muito bem, e talvez até melhor do que eu que teho duas pernas. E ólha a prescrição de enfermagem: "auxiliar na deambulação, no banho, nos demais cuidados higiênicos"...enfim, um bando de "auxiliar" sem a mínima necessidade. E sabe quando eu percebi isso? Com o passar dos dias, vendo a desenvoltura do mesmo, que na verdade não tinha nem um diagnóstico de enfermagem e estava em autocuidado. Que vergonha...
Pois é. Se eu tivesse obeservado e conversado mais com o mesmo, não teria me equivocado redondamente.O raciocínio clínico foi inadequado porque caí no erro de tirar uma conclusão precipitada e super errada.
Mas valeu a lição.

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